O inimigo invisível, a guerra de sobrevivência

Assim como eu, tenho certeza que muita gente imaginava que a Terceira Guerra Mundial seria uma briga de um país rico contra outra nação rica, em busca de mais poder e riqueza, mas pelo visto estávamos enganados.

O inimigo agora é invisível a olhos nus e não morre com um tiro. O país que vai ganhar essa guerra é aquele que sob investir na ciência, na saúde e na infraestrutura hospitalar. Outra coisa, que tenho certeza que essa guerra está aí para inverter valores, por exemplo: O petróleo sem consumo (combustível) não vale nada, não é mais o ouro negro que sempre disseram. Os Shoppings estão fechados, lojas estão vazias, afinal de contas de que serve comprar se ninguém vai ver, carros caros não saem das garagens, viagens desmarcadas.

O parque da Disney em Orlando perdeu seu encanto, o Donald Trump pede para que os americanos fiquem em casa e todas as línguas a palavra que é mais falada é essa mesma “fique em casa”. A casa que ganha um novo significado, além de morada vira abrigo.

A Muralha da China não impediu que o coronavírus espalha-se pela região. Deixamos todo trabalho em cima das mesas, e de um dia para outro tudo parou.

Tenho a sensação que eu não me despedi de ninguém, fico imaginando, eu não posso ir embora desse mundo, eu não consigo perder ninguém, sem me despedir. Será que abracei o suficiente, será que eu disse a todos o quanto eu os amos. Não sei.

Essa guerra me deixou sem chão e verdades tão obvias apareceu e quebraram paradigmas. Precisou que o mundo parasse, e o vírus ameaçasse a nossa sobrevivência para que os pais percebessem que educação se faz em casa, e que escolas são centros de socialização.

Que ensinar não é fácil, e que professores são muito mais heróis, que aqueles que o cinema mostra. Que os mitos estão nos hospitais de máscaras e sem condições de trabalho e não no Planalto, onde a idiotização das pessoas estão tão imbuídas do sistema estabelecido que são incapazes de conceber alternativas aos critérios impostos pelo poder tornando a forma humana sem escrúpulos.

Para conseguir isso, o poder usa entretenimento vazio, com objetivo de aumentar nossa sensibilidade social e nos acostumar a ver a vulgaridade e a estupidez como as coisas mais normais do mundo, incapacitando-nos para alcançar uma consciência crítica da realidade diante da Covid-19.

Se você aprendeu com sabedoria dos mais velhos sorte a sua, porque o mundo depois dessa ‘tsunami’ vai ser de mais jovens com menos rugas e menos sábios, ou talvez o conhecimento apareça neste tempo desde que ele sirva para que entendamos que viagens foram canceladas. Porque a grande viagem que deve ser feita agora é dentro de nós mesmos?

Para que entendamos que o importante não são os custo e sim os valores e que essa guera sirva para que nós (reveja) os nossos conceitos. Assim vamos entender que rico é o trabalhador e não existe riqueza sem o operário.

Que sem o homem a natureza é muito mais feliz e o céu muito mais azul! 

Que amigos usam a tecnologia para estarem perto e que não existe distância para aqueles que ama! 

Vencer uma guerra no sofá é uma benção e está em nossas mãos!

A sua casa é sua trincheira e na Terceira guerra Mundial a granada mais perigosa e valiosa é a água e sabão, e quando essa quarentena passar todos vamos ver que foi apenas tempo de incubação que renasceremos depois com uma cicatriz que nunca será esquecida. 

No entretenimento vazio, o comportamento desagradável e desrespeito é considerado um valor positivo, como vemos constantemente na televisão e conversas em que o grito e o desrespeito são a norma, sendo que o futebol mostra de maneira mais completa e efetiva o que tem o sistema estabelecido para abortar a sociedade. 

Nesta subcultura do entretenimento vazio, o que é promovido é um sistema baseado nos valores do individualismo possessivo, no qual a solidariedade e o apoio mútuo são considerados ingênuos. No entretenimento vazio, tudo é projetado para que o indivíduo suporte estoicamente o sistema estabelecido sem questionar. A história não existe, o futuro não existe; apenas o presente e a satisfação imediata que o entretenimento vazio procura, é evitar que a sociedade entre em surto diante da pandemia do coronavírus. Por essa razão, não é estranho que os livros de auto-ajuda proliferam, elogios psicológicos autênticos.

Em ultima análise, o que estão envolvido no entretenimento vazio é convencer-nos de que o nada pode ser feito, que o mundo é como está e, é impossível mudá-lo e que o capitalismo e o poder opressivo do Estado diante do assassino e fascista Jair Messias Bolsonaro, um homem que força a própria gravidade, é foi assim que vou usar uma metáfora perfeita desse governo, a confissão de Bolsonaro:

“Mandetta caiu porque a linha dele era voltado quase exclusivamente para a questão da vida e isso não afinava com a ideia do presidente. O Messias, sabemos, é voltado para a questão da morte”.

Algo muito triste, mas que posso escrever com uma grande verdade é que existe muitos pobres que são opressores e infelizmente sempre haverá pessoas desse nível. Não há nada que possa ser feito. O entretenimento vazio alcançou o feito extraordinário de fazer com que os valores do capitalismo sejam também os valores daqueles que são escravizados por ele.

Claramente expressando seu estupor em seu pequeno tratado de servidão voluntária, no qual ele declara que a maioria dos tiranos apenas perduram devido à aquiescência dos próprios tiranizados. 

O sistema estabelecido é muito sutil, com suas estupidez forja as estruturas mentais da sociedade brasileira e para isso usa o púlpito que todos temos em nossas casas: a televisão. Nela não há que seja inocente, em cada programa, em cada filme, em cada notícia das emissoras que tentam distorcer o que  a Rede Globo vem fazendo com tanta eficiência, com o profissionalismo do melhor jornalismo realizado com a cobertura da pandemia do coronavírus, um golaço a frente de tudo.

Algumas emissoras como a Rede Record, resumem os valores do sistema estabelecido, e introduzem os seus valores nas mentes de grande parte da sociedade. Existe um entretenimento vazio para esconder a relação óbvias entre o sistema econômico capitalista e as catástrofes que afligem o mundo, é por isso que há uma necessidade de um espetáculo vazio. De moto que, enquanto o indivíduo se auto-declina revirando no lixo o enreda o poder da televisão, ele não vê o obvio.

Não protesta e continua a permitir aos ricos e poderosos aumentarem o seu poder e riqueza, enquanto os oprimidos do mundo continuam sofrendo e morrendo em meio a existências miseráveis. 

Se continuarmos a permitir que o entretenimento vazio continue moldando nossas consciências e, portanto, o mundo ao seu redor, acabará destruindo-nos. Porque seu objetivo não é senão criar uma sociedade de homens e mulheres que abandonem os ideais e as aspirações que os fazem rebeldes, para se contentar com a satisfação das necessidades induzidas pelos interesses das elites dominantes.

Os seres humanos são despojados de toda personalidade, transformados em animais vegetativos, sendo desativos por completo a velha ideia de lutar contra a opressão, atomizados em um enxame de desenfreados egoístas, deixando as pessoas sozinhas e desvinculadas entre elas mais do que nunca, absorvidas na exaltação de si mesmos.

Assim, desta forma, os indivíduos não têm mais energia, mudam as estruturas opressivas (que não são percebidas como tais), não têm mais a força ou a coesão social para lutar por um mundo novo.

No entanto, se queremos reverter essa situação de alienação a que estamos sujeitos, apenas a luta permanece como sempre, só podemos opor-nos a outros valores diametralmente opostos aos do espetáculo vazio, de modo que surja uma nova sociedade. Uma sociedade em que a vida dominada pelo absurdo do entretenimento vazio seja apenas uma lembrança dos tempos estúpidos, quando os seres humanos permitiram que suas vidas fossem manipuladas de maneira tão obscena.

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