O estado de São Paulo segue em marcha lenta em diagnósticos certeiros da Covid-19

O Nosso maior problema é a subnotificação de casos. Não conseguimos testar as pessoas em massa, o que nos deixa no escuro em relação à realidade. Só aqui em SP, por exemplo, a fila de espera de exames, inclusive de pessoas que já morreram, chega a 35 mil. Isso significa que certamente há um batalhão de gente infectada fazendo o vírus circular, quando deveria estar absolutamente isolada, se testada com rapidez. Isso significa que nosso achatamento da curva precisa contar com a sorte.

Dois estudos divulgados ontem em jornais sugerem que os dados reais podem ser até 12 vezes maiores. Cientistas da PUC-RJ e da Fiocruz estimam mais de 235 mil casos confirmados até a última sexta. A pesquisa parte do exemplo de curva da Coreia do Sul, país que mais aplicou testes proporcionalmente em todo o mundo, com cálculos matemáticos pelo número de óbitos daqui. Bastante razoável e bastante preocupante — embora índices oficiais já o sejam.

As internações de pacientes com Covid-19 em UTIs cresceram mais de 2.000% em São Paulo desde 20 de março, saltando de 35 para 820 na semana passada; no Rio, 71% dos leitos de UTI do estado já estão ocupados por pessoas com o vírus. Ambas as informações são das secretarias locais da Saúde, com destaque para a paulista, que fez um balanço (publicado pela Folha) mostrando que o coronavírus tem matado dez vezes mais do que todos os tipos de meningite no estado. A média diária é de 13,7 mortes pelo novo coronavírus, contra 1,3 morte/dia por meningite, com base em 2018.

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