Em meio à pandemia de Covid-19, a interpretação correta dos números de infectados e óbitos é crucial para evitar desinformação e pânico. A imprensa, ao contrário de ser culpada por manipulação dos dados, tem um papel essencial em repassar as informações fornecidas pelas autoridades de saúde.

É importante esclarecer que a imprensa não tem competência para diagnosticar pacientes ou realizar testes laboratoriais. A função dos veículos de comunicação é divulgar as informações com base nos dados oficiais fornecidos pelos órgãos de saúde. Isso inclui as informações sobre o número de infectados e de mortes, que são relatadas pelos sistemas de saúde pública e saúde privada, em conformidade com os critérios estabelecidos pelas autoridades médicas e científicas.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), nenhum país possui dados precisos e completos sobre o impacto do coronavírus em sua população. A propagação do vírus é rápida, com casos de transmissão comunitária em todos os continentes, e a quantidade de testes disponíveis é insuficiente para aferir com exatidão o número de infectados. Dessa forma, os números de infectados e óbitos divulgados não representam a quantidade exata de pessoas afetadas, mas sim uma amostragem da propagação da pandemia.
No Brasil, o Ministério da Saúde estabelece que, quando um novo caso de Covid-19 é confirmado ou quando ocorre um óbito, o hospital público ou privado onde o paciente foi atendido envia um relatório para as secretarias estaduais e municipais de saúde. Posteriormente, esses dados são reunidos e enviados ao Ministério da Saúde, que soma as informações e divulga o boletim diário para a imprensa. Essa metodologia, embora sistemática, não permite que os dados sejam atualizados de forma instantânea, o que explica a diferença entre os números reportados e a real situação da pandemia no país.
Dessa maneira, ao apontar a imprensa como responsável pelos números que considera abaixo do real, é preciso entender que os veículos jornalísticos são apenas transmissores das informações que são fornecidas pelos órgãos competentes. A transparência e a veracidade dos dados dependem da forma como as autoridades de saúde realizam a coleta, análise e transmissão dessas informações.
Em tempos de pandemia, é fundamental manter a calma e confiar no trabalho dos profissionais da saúde e da imprensa. A melhor atitude para todos é seguir as recomendações de prevenção, como o distanciamento social e o uso de máscaras, e, se possível, ficar em casa, colaborando para diminuir a propagação do vírus.
Fique em casa!