Com a disseminação do coronavírus nas comunidades mais vulneráveis, medidas urgentes são necessárias para evitar um colapso no sistema de saúde.

A falta de informação nas periferias de São Paulo é um dos maiores desafios enfrentados pelos moradores durante a pandemia do coronavírus. Muitos não seguem as orientações de prevenção como o uso de álcool em gel, a lavagem frequente das mãos ou o isolamento social.
Este quadro é ainda mais grave quando se considera a situação socioeconômica das populações dessas áreas, em especial em bairros como o Capão Redondo e Jardim Ângela, onde a densidade populacional e a precariedade das condições de vida tornam a disseminação do vírus uma realidade alarmante.
Com a confirmação de que o Brasil enfrenta uma emergência de saúde pública e que a transmissão do Sars-Cov-2 é comunitária, a situação se agrava nas periferias, onde as condições de atendimento médico e a estrutura do Sistema Único de Saúde (SUS) já são insuficientes. O Capão Redondo, por exemplo, enfrenta a falta de recursos nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), que têm capacidade limitada para atender a demanda crescente, além da sobrecarga dos hospitais municipais da região, como o Dr. Fernando Mauro Pires da Rocha e o Dr. Moysés Deutsch.
A crise econômica causada pela pandemia afeta diretamente as populações mais vulneráveis, que dependem do trabalho informal para sobreviver. Em muitos casos, os moradores dessas comunidades vivem em condições de extrema pobreza, com mais de dez pessoas compartilhando um único cômodo e enfrentando problemas sérios de saneamento básico.
Com a necessidade de isolamento, esses trabalhadores informais, como aqueles que vendem produtos no farol ou cuidam de carros nas ruas, se veem proibidos de trabalhar, o que levanta uma grande preocupação quanto à sua sobrevivência e ao sustento das suas famílias.
Além das dificuldades enfrentadas pela população, a falta de compreensão sobre a gravidade da doença também contribui para a propagação do vírus, uma vez que muitas pessoas nas periferias ainda não aderem completamente às medidas de prevenção. A luta contra o coronavírus, portanto, exige não só a conscientização, mas também medidas de assistência imediatas por parte do poder público.
Embora o cenário seja preocupante, uma boa notícia chegou para os moradores da zona sul de São Paulo. A cervejaria Ambev, a fabricante de aço Gerdau e o Hospital Israelita Albert Einstein, em parceria com a Prefeitura de São Paulo, iniciaram a construção de um novo centro de tratamento para Covid-19. O projeto, que prevê a instalação de 100 novos leitos ao lado do Hospital Municipal Dr. Moysés Deutsch, é um esforço para ampliar a capacidade de atendimento na região, que tem sido severamente impactada pela pandemia.
Este esforço conjunto entre a iniciativa privada e o poder público demonstra que, apesar das desigualdades e desafios, é possível unir forças para minimizar os efeitos da pandemia nas periferias. Contudo, é urgente que o governo e a população se comprometam a adotar medidas preventivas eficazes para evitar que a crise no SUS se agrave ainda mais e que a saúde da população mais vulnerável seja preservada.
O momento exige ação imediata para garantir que os moradores das periferias de São Paulo, que já enfrentam tantas adversidades, não sejam os mais afetados por essa pandemia. O apoio e a colaboração de todos são fundamentais para garantir a sobrevivência e a saúde dessas comunidades.
Unindo forças contra o coronavírus: Parcerias públicas e privadas em São Paulo
No momento mais crítico da pandemia de Covid-19, uma união de esforços entre empresas privadas e o poder público tem oferecido um alento para as populações mais carentes da zona sul de São Paulo.

A construção está ocorrendo em um período difícil que todos do o bairro começam a sentir com o avanço do vírus, serão entregues em 20 dias os 40 primeiros leitos do Centro de Tratamento Covid-19, o prazo para entrega total dos leitos é 30 de abril.
Essa construção está estimada investimento em R$ 10 milhões, as empresas envolvidas na obra buscam outras parcerias para transformar os leitos comuns em estruturas de Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
O avanço do coronavírus na periferia de São Paulo, especialmente nos bairros como Capão Redondo e Jardim Ângela, tem levado a uma sobrecarga no Sistema Único de Saúde (SUS), cujas unidades de saúde enfrentam desafios diários, com estruturas precárias e falta de recursos. A chegada de novas instalações de tratamento, fruto de uma parceria inovadora entre a cervejaria Ambev, a fabricante de aço Gerdau e o Hospital Israelita Albert Einstein, promete amenizar esse quadro.
A construção de um novo centro de tratamento, com 100 leitos voltados exclusivamente para pacientes com Covid-19, ao lado do Hospital Municipal Dr. Moysés Deutsch, na zona sul de São Paulo, começou em março de 2020. O projeto, que é uma resposta emergencial ao crescimento da pandemia, conta com um investimento de R$ 10 milhões e visa reforçar a capacidade de atendimento em uma das regiões mais afetadas pela crise de saúde pública.
A parceria visa acelerar a entrega de 100 leitos para o Sistema Único de Saúde (SUS), sendo que 40 leitos estarão prontos em 20 dias, com a entrega total prevista para 30 de abril de 2020. O centro de tratamento será construído com a ajuda da Ambev, que custeará o projeto e será responsável pela gestão da obra, e da Gerdau, fornecedora de aço para a construção modular, que promete entregar a obra com agilidade. O Hospital Albert Einstein ficará encarregado da gestão do atendimento médico, com um time de 200 profissionais multidisciplinares.
A chegada do novo centro não representa apenas uma vitória temporária, mas uma conquista duradoura, já que após o fim da pandemia, a unidade será entregue à Prefeitura de São Paulo e integrada à rede pública de saúde, beneficiando a população local por muitos anos.
Em um momento de grande crise, a colaboração entre empresas e governo se torna fundamental. Como afirmou Jean Jereissati, CEO da Ambev, “esse momento pede colaboração e união de esforços. Cada um deve fazer o que está ao seu alcance para, juntos, superarmos essa situação o quanto antes.”
Apesar do grande avanço, a escassez de respiradores e outros equipamentos essenciais para o tratamento de pacientes graves com Covid-19 continua sendo um desafio para o sistema de saúde. O Brasil possui atualmente 65.411 respiradores, mas a demanda por esses aparelhos aumentou drasticamente, especialmente nas unidades públicas de saúde. O Ministério da Saúde alertou sobre a escassez de equipamentos, com previsão de que a produção nacional entre em ritmo acelerado nas próximas semanas para atender a essa necessidade.
A união de esforços entre a iniciativa privada e o poder público se estende também à produção de novos respiradores. Empresas como a PSA Peugeot Citroen, em parceria com a Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), estão utilizando impressoras 3D para produzir componentes de proteção para os profissionais de saúde, enquanto a empresa Braile, de São José do Rio Preto, está criando o aparelho ECMO, um tipo de pulmão artificial, para ajudar nos casos mais graves.
Essas iniciativas podem ser decisivas para minimizar o impacto da pandemia e evitar que o SUS entre em colapso, salvando vidas e garantindo que os mais vulneráveis recebam o atendimento necessário. A colaboração entre diferentes setores da sociedade é, mais do que nunca, a chave para enfrentar essa crise de saúde pública.