Desafios do novo coronavírus nas periferias de São Paulo: Medos, incertezas e a falta de assistência pública

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Vista do bairro do Capão Redondo, região da Cohab Adventis

O avanço da pandemia do coronavírus no Brasil gera preocupações na população das periferias, onde medidas de prevenção não são seguidas e a falta de infraestrutura agrava ainda mais a situação.

O novo coronavírus, que se espalhou rapidamente pelo Brasil após ter surgido na China, chegou a São Paulo e afetou principalmente os bairros periféricos da cidade. Nas regiões da Zona Sul, como o Capão Redondo, os moradores começam a enfrentar um temor crescente sobre o impacto do Covid-19, especialmente devido à falta de medidas eficazes para controlar a pandemia e ao medo de que o Sistema Único de Saúde (SUS) não seja capaz de suportar a alta demanda.

A grande preocupação é que o SUS, que já sofre com a escassez de recursos, pode não conseguir atender a todos os infectados pela doença respiratória grave, uma ameaça que tem se mostrado extremamente poderosa. Este cenário começa a se assemelhar àqueles filmes apocalípticos, mas, infelizmente, trata-se de uma realidade dolorosa. O vírus avança rapidamente, causando um grande número de mortes, como já podemos observar em sites de notícias, com destaque para o número de óbitos nos Estados Unidos, que ultrapassou 22.000.

No Brasil, o Sars-Cov-2 já está presente em todo o território nacional, com 22.169 casos confirmados, segundo o Ministério da Saúde. Embora as autoridades façam o possível para conter o avanço do coronavírus, a colaboração da população é crucial. Infelizmente, muitos continuam desrespeitando as recomendações de distanciamento social e isolamento, especialmente nas periferias da cidade, onde a vida cotidiana segue de forma normal, apesar das orientações contrárias.

O medo e a falta de assistência nas periferias

No Capão Redondo, moradores como Lídia Lopes, de 79 anos, expressam o medo constante do vírus, especialmente porque as condições de vida nas periferias são precárias e o acesso ao SUS é limitado. “Estou com medo, peço aos meus filhos para irem às compras por mim, agora estou isolada dentro de casa”, conta Lídia. A situação é ainda mais alarmante quando se percebe que muitos continuam realizando festas e aglomerações, ignorando as medidas de segurança impostas pelas autoridades sanitárias.

O medo é compartilhado por outros moradores da região, como Arlindo Sousa Neto, que vive com sua esposa, três filhos e oito netos em dois cômodos. Ele tem receio de que o vírus chegue à sua comunidade e cause uma tragédia. “Quando esse vírus chegar aqui, será desastroso”, alerta Arlindo. Os moradores de bairros como o Capão Redondo, Paraisópolis e Jardim Ângela, enfrentam a falta de políticas públicas eficientes, além das dificuldades de acesso a cuidados médicos adequados.

A falta de infraestrutura e apoio público

A falta de assistência adequada nas periferias é um problema grave. Muitas vezes, as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) atendem apenas casos graves, e a escassez de leitos nas unidades hospitalares coloca em risco a vida dos moradores. No Jardim Rosana, também no Capão Redondo, a falta de fornecimento de água por dias seguidos é outro agravante da situação, já que compromete a higiene e as condições de saúde da população.

Além disso, a economia continua sendo uma prioridade para muitas empresas que, em vez de proteger seus funcionários, preferem manter a produção em funcionamento, colocando vidas em risco. A falta de um olhar atento por parte do governo para as regiões periféricas é um reflexo de uma realidade em que a vida de muitos parece valer menos do que os números econômicos.

O futuro e a necessidade de ações urgentes

O avanço do coronavírus no Brasil é iminente, e o número de mortes continua a crescer, com as autoridades de saúde trabalhando para mitigar os danos. Na Espanha, por exemplo, 619 pessoas morreram em um único dia, o que demonstra a gravidade da situação mundial. A origem da pandemia remonta ao mercado de carnes em Wuhan, na China, e sua rápida propagação causou uma crise econômica global.

Agora, mais do que nunca, é preciso que o governo federal, estadual e municipal se preparem para enfrentar a crise no Sistema Único de Saúde, que já está sobrecarregado. A população, especialmente nas periferias, precisa de mais apoio e medidas eficazes para enfrentar esse surto, que não escolhe classe social e pode afetar qualquer um.

A situação exige urgência. O momento de intervenção é agora, e não há espaço para hesitação.

Origem do novo coronavírus: O surgimento de uma pandemia

Foto ilustrativa mostra adesivo com resultado positivo para o novo coronavírus
Resultado do exame testa positivo. Foto: Banco de imagens Globo

O novo coronavírus, causador da pandemia global, tem suas origens no mercado de Wuhan, na China, onde o contágio pode ter sido desencadeado por animais selvagaens, com a disseminação ocorrendo rapidamente devido ao intenso movimento de pessoas e turistas.

No epicentro da pandemia, a cidade de Wuhan, capital da província de Hubei, se destaca por ser um importante centro industrial da China, com uma população de 11 milhões de habitantes. A cidade é um ponto de chegada para turistas e trabalhadores de diversas partes do mundo. Porém, foi em um mercado local, onde animais selvagens eram comercializados, que as autoridades chinesas acreditam ter se originado o coronavírus que, posteriormente, se espalhou globalmente.

As autoridades de saúde da China investigaram a origem do vírus, considerando várias possibilidades. A hipótese mais provável é que o coronavírus tenha sido transmitido de morcegos, assim como ocorreu com o vírus da SARS (Síndrome Respiratória Aguda Grave), que também teve sua origem em animais. No entanto, uma outra possibilidade que surgiu foi a transmissão do vírus a partir das cobras, um animal que também estava presente no mercado. Duas formas de contágio são analisadas: o manuseio dos animais contaminados e a ingestão de sua carne, o que poderia ter causado o contato direto com secreções do animal, facilitando a propagação do vírus.

Como parte das investigações, agentes de vigilância sanitária da China realizaram testes em aproximadamente 500 espécies de animais comercializados no mercado, incluindo insetos e mamíferos. O vírus foi encontrado em 30 dessas espécies, com 80% de seu material genético sendo idêntico ao do coronavírus da SARS. Isso levantou preocupações sobre o papel dos animais na disseminação do vírus e a possibilidade de novos surtos.

Essa não é a primeira vez que uma pandemia tem origem em animais. O HIV, por exemplo, surgiu a partir de macacos, e a gripe Influenza espanhola, que devastou o mundo no início do século XX, teve origem nas aves. Esses exemplos históricos mostram como os vírus podem cruzar barreiras entre espécies e causar grandes crises de saúde pública, gerando mortes em massa e impactando a sociedade de maneira profunda.

A descoberta da origem do novo coronavírus em Wuhan serve como um alerta para os riscos associados ao comércio de animais selvagens e à necessidade de medidas de controle mais rigorosas para evitar futuras pandemias.

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