Com o avanço da pandemia de Covid-19, o Ministério da Saúde antecipou a campanha nacional de vacinação contra a Influenza, visando proteger os grupos mais vulneráveis e auxiliar no diagnóstico de possíveis casos de coronavírus.

Com o crescimento da crise sanitária provocada pela pandemia de Covid-19, o Ministério da Saúde decidiu antecipar a Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza, começando em 23 de março. Os primeiros a receber a vacina serão os idosos e os trabalhadores da saúde, que estão diretamente expostos à população. O objetivo é proteger aqueles com maior vulnerabilidade, sobretudo os idosos, que são o grupo de risco para a Covid-19. O Dia D da vacinação ocorrerá em 9 de maio, com a campanha encerrando no dia 23 de maio.

A decisão de priorizar a vacinação dos idosos, mesmo sabendo que a vacina contra a Influenza não tem eficácia contra o coronavírus, visa reduzir a circulação do vírus da gripe, que pode agravar o quadro clínico de quem já está infectado pelo coronavírus. Além disso, a vacinação ajudará os profissionais de saúde a descartarem casos de gripe na triagem e a acelerarem o diagnóstico da Covid-19.

Wanderson de Oliveira, secretário de Vigilância do Ministério da Saúde, ressaltou a importância de proteger os mais vulneráveis e os profissionais da saúde. Ele destacou que, apesar das dificuldades, a campanha precisa ser feita com segurança e sem aglomerações. O Programa Nacional de Imunizações do Brasil (PNI) está preparado para esse desafio.

A campanha também abrange outros grupos, como crianças de seis meses a seis anos, gestantes, puérperas (mães no pós-parto), população indígena e portadores de condições especiais. A previsão é que, até o final da campanha, o Brasil tenha vacinado a maior parte da população vulnerável, ajudando a conter a propagação de doenças respiratórias.

O Instituto Butantan, em parceria com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), está produzindo 75 milhões de doses da vacina, que protege contra os três tipos de vírus de Influenza mais circulantes. A antecipação da vacinação é uma medida estratégica para lidar com a situação de emergência em saúde pública, agravada pela pandemia do coronavírus.

Em 2020, até a Semana Epidemiológica 9, foram registrados 90 casos de Influenza A (H1N1) e seis óbitos no Brasil. O estado de São Paulo concentra o maior número de casos, seguido pela Bahia e Paraná. Comparado ao mesmo período de 2019, houve uma redução no número de casos, o que reforça a importância da vacinação antecipada como forma de prevenir surtos e mortes adicionais.

Essa ação de saúde pública, em conjunto com as medidas de prevenção contra o coronavírus, visa não apenas salvar vidas, mas também evitar a sobrecarga do sistema de saúde, que está em crise devido à pandemia global.