Em tempos de incertezas e desafios, o verdadeiro significado do “próspero” vai além das palavras.

Falta apenas um dia para o fim de 2019, e, mais uma vez, me vejo sem palavras diante de uma realidade que teima em se manter distante das soluções que tanto necessitamos. O que dizer sobre uma sociedade que, em boa parte, exalta a ignorância, a violência, o medo? O que podemos desejar quando vemos os direitos trabalhistas sendo aniquilados, a população empobrecida, o desemprego ainda estável em 11,6% e a saúde pública e segurança clamando por socorro? Falar em prosperidade e felicidade neste cenário parece uma ironia cruel.

O que precisamos é de uma mudança profunda, não apenas nas palavras trocadas nas festas de fim de ano, mas nas ações diárias que podem, aos poucos, nos levar a um novo caminho. É preciso que a população compreenda a urgência de ressignificar esse momento, para que possamos, quem sabe, renascer como uma Fênix em 2020. Que o próximo ano seja um ano acolhedor, com menos violência, com uma educação básica de qualidade e com mais disposição para o diálogo, reflexão e compreensão.

Em 2020, espero que você aprenda a ouvir mais, a pensar antes de falar, a falar menos e a agir mais com empatia. Que possamos todos baixar as armas, abraçar, ser solidários, respeitar as diferenças, deixar o ódio de lado e viver intensamente, sem esperar por uma mudança externa, mas, sim, sendo parte dessa transformação.

O tempo é curto, e a vida é um sopro. A consciência da finitude deve nos guiar para que valorizemos cada momento e façamos o melhor uso possível dele. A arte, o sonho, o desejo, o hábito de manter-se informado, a busca pela verdade e pela sabedoria são urgentes, especialmente em um mundo onde as mídias digitais têm tanto poder sobre nossas vidas. Não podemos nos deixar levar por Fake News, precisamos aprender a filtrar e buscar fontes confiáveis. Troque a TV aberta por um bom filme no sofá, vá ao teatro, ouça música, recuse a retórica vazia de muitos discursos e busque o conhecimento genuíno.

Lembre-se de que a liberdade de ser quem você é está diretamente ligada ao respeito pela liberdade dos outros. E que, como está escrito no muro da Praça Roosevelt: “Não impeço que discorde. Não imponha que me cale”. Que 2020 seja um ano de crescimento, reflexão e mudança. Que venham tempos melhores para todos nós.