Ringue: Haddad x Bolsonaro

É absolutamente aceitável ser contra PT. Isso é democracia. O que não é adequado é, em nome do antipetismo, ser a favor de um mal pior, colocando o país e a democracia em risco com um fascista inveterado e incompetente no poder.

Vamos avaliar a área da saúde, que é minha área. Muitos eleitores do candidato do PSL falam que a maior tortura são “as filas do SUS”.

O argumento da decadência do nosso SUS tem sustentado moralmente votar no candidato que apóia torturador de crianças. Pois, bem, o tal candidato nunca fez nada pelo SUS. Aliás, fez contra.

Votou a favor da EC 95 que impõe teto de gastos na saúde e na educação, cujo investimento per capita no Brasil já é baixo (dois reais por dia).

Alguém lembra daquele escândalo da fosfoetalonamina, a medicação que estava em estudo para cura do câncer? Pois, bem, a medicação não tinha nenhuma evidência de funcionar (e depois foi provado pelo ICESP-USP que não funciona), mas o charlatanismo dizia que funcionava.

Numa bravata anti-científica, o tal Bolsonaro levou adiante o projeto que obrigava médicos a darem uma medicação sem evidência, com falsas esperanças, para pacientes terminais.

Aquilo foi de uma atrocidade irresponsável sem tamanho. Esse mesmo anticientificismo se encontra hoje no programa de governo do mesmo candidato, que entre 4 slides de Power Point diz que precisa investir em saúde bucal de grávidas para prevenir partos prematuros.

Onde está a equipe de saúde deste homem para lhe dizer que essa associação não existe na obstetrícia?

O Fernando Haddad, em que pese todas as criticas ao Mais Médicos de seu partido, quando prefeito de São Paulo fez 15 UPAs numa época em que o município não tinha nenhuma, construiu 33 hospitais Dia da Rede Hora Certa e construiu 3 hospitais gerais.

Como parte dos projetos de real prevenção à saúde, sancionou a lei que obriga a inclusão de alimentos orgânicos nas merendas escolares, reduziu o uso de 2 a cada 3 usuários de Crack com o programa “De Braços Abertos” e entregou as ciclofaixas que, apesar das críticas, aumentou significativamente o ciclismo na cidade, cujas evidências para prevenção de diabetes e hipertensão são altíssimas.

Sobre a corrupção? Desconheço qualquer ação do candidato do PSL que não sejam frases de efeito. Quando membro do PP até 2016, o partido com 31 políticos cassados, enquanto o PT tem 6, não fez nada.

Não resgatou um centavo dessa corrupção. Já Haddad criou em São Paulo a Controladoria Geral do Município, que recuperou 200 milhões de reais desviados em proprina, mais do que todo o dinheiro desviado na época do Mensalão. E isso num único município.

Esse programa feria tantos interesses que, assim que Doria subiu ao poder na prefeitura com sua bravata antipetista, a primeira coisa que fez foi revogar a CGM para agradar a câmara dos vereadores.

Responsabilidade Fiscal? Haddad reduziu a dívida de São Paulo pela metade. E o candidato do PSL? Nunca fez nada pelo déficit fiscal.

A situação é realmente de, com sobriedade, escolher quem é mais capacitado para governar, quem tem mais propostas e quem fez melhores ações em sua vida pública. E nessa balança o antipetismo não é suficiente para justificar uma escolha diante de tamanha assimetria. Nosso voto precisa mais do que nunca ser responsável o bastante para entender que, apesar das críticas que o PT merece, não podemos optar por coisas ainda piores e mais perigosas.

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