Manifestação a favor da democracia

Não me sinto em um “estado de corpo” que me predisponha a produzir ideias adequadas sobre o que se passa, sobre o que nos passa e nos entristece tanto.

Digo apenas, como quem busca um foco capaz de produzir uma marca de potência no próprio corpo, que foi muito bom ter estado na rua ontem, não apenas para gritar a imensa revolta e engrossar esse ato político multitudinário gigantesco, mas pelos encontros que aconteceram, com pessoas conhecidas, outras nem tão conhecidas, outras inteiramente desconhecidas, mas todas tão estranhamente próximas e familiares.

Uma tristeza manifesta, mas que não expressava desespero nem impotência. Muito choro, muito abraço, muitos cuidados. Nos olhares trocados, sentia mais que uma cumplicidade, uma amorosidade não voraz, como se nos disséssemos uns aos outros, “estamos juntos, apesar de tudo, estamos juntos e vamos continuar juntos, conspirando pela vida”. Nunca senti isso com tanta força numa manifestação política. Ainda vou pensar melhor sobre o que essa experiência nos ensina sobre o cuidado, sobre a luta, sobre a vida…

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