Qualquer pessoa que se diga minimamente preocupada com a luta de classes, com o racismo, com a opressão e exploração na sociedade precisa apoiar a luta dos entregadores de aplicativo, os quais representam a ponta de lança da desigualdade social e racial urbana no capitalismo tardio e suas novas formas de destruição dos direitos trabalhistas.
Não adianta trocar o termo e chamar de “empreendedor” um trabalhador precarizado. É cínica toda tentativa de reclassificação da exploração dessa gente, cuja condição de “liberdade” os impõe jornadas de 14 horas diárias para ganhar muitas vezes menos que um salário mínimo, expostos aos maiores riscos sanitários e urbanos sem o mínimo de seguridade. É o dinheiro do pão do dia seguinte.
Existem poucas as reivindicações, que só mostram o interesse de realmente ter um mínimo de dignidade. As reivindicações são pelo aumento no pagamento das corridas, aumento da taxa mínima, fim dos bloqueios e desligamentos indevidos, fim do sistema de pontuação e seguro de vida e de saúde.
Quando se tem organização, demanda coletiva e resistência, não é “empreendedor”, é classe, e explorada.